Capítulo 21
– Presidente João, acredite ou não, Igor e Bruno não tem nada a ver um com o outro. – disse Ana, olhando para baixo.
Ela pensou que o homem com quem dormiu naquela noite no hotel era Bruno, mas descobriu mais tarde que foi Mariana quem a enganou.
O homem com quem ela dormiu pela primeira vez não era Bruno e ela não sabia quem era.
Ela quase desmoronou ao descobrir isso no casamento!
Ela nunca fez amor com Bruno, então como poderia o filho ser dele?
Vendo o olhar penetrante de João, parecia que ele ainda tinha dúvidas.
Após respirar fundo, ela disse lentamente:
– Não ria de mim, mas, na verdade, eu também não sei quem é o pai do meu filho. Em qualquer caso, não é Bruno.
João ficou surpreso e até achou absurdo que a mãe da criança não soubesse quem era o pai.
Que mãe confusa ela era?
Sua explicação era realmente difícil de acreditar.
Quando o clima ficou pesado, a voz da criança veio do banheiro:
– Mamãe, esqueci de pegar minha roupa, você pode pegar para mim?
Ana estava prestes a fugir do clima opressivo quando ele a segurou:
– Não se mexa, eu vou ajudá-lo. – João ainda estava preocupado com o fato de Ana estar com o pé ferido e não queria que ela se movesse novamente.
Ana não queria incomodá-lo, mas ele tinha uma postura incontestável, então ela teve que ficar sentada
sem se mexer.
– Obrigada, as roupas da criança estão no armário do quarto onde eu e meu filho estamos dormindo. – disse ela, apontando para o quarto.
João acenou com a cabeça e entrou no quarto deles.
Assim que entrou, viu o armário. Ele abriu a porta do armário e só viu as roupas da mulher, não as roupas da criança.
Ele puxou a gaveta de baixo e as roupas de Igor estavam dobradas dentro, ele estava prestes a pegar um conjunto de roupas quando sentiu o cheiro familiar em sua memória.
Ele viu uma pequena garrafa elegante na gaveta e, involuntariamente, pegou-a e a cheirou.
Num instante, as memórias daquela noite há cinco anos no hotel vieram à mente…
Este era o perfume que ele vinha procurando nos últimos cinco anos e nunca havia encontrado! )
Ana estava preocupada de que João não encontrasse as roupas da criança, então ela foi pessoalmente ao quarto para procurar. Vendo João segurando seu frasco de perfume em transe, ela explicou:
– Este é o perfume que meu pai fez para mim.
João olhou para ela após cheirar o perfume, e seus olhos mudaram de alguma forma. Sua voz ficou
1/2
rouca:
– Seu pai?
– Sim, meu pai sempre foi muito interessado em criar perfumes. Este é o primeiro perfume que ele fez para mim, e ele deu o meu nome a ele. É único. Ana amenizou o olhar e ficou um pouco triste. – Este também é o último perfume que meu pai fez para mim.
Porque era a última obra do pai, ela o guardou cuidadosamente e raramente o usava.
Ela não percebeu que João estava ficando cada vez mais complexo após ouvir essas palavras. Ele olhou para ela com uma expressão indefinida.
João olhou para o frasco de perfume em sua mão e disse baixinho:
– É único?
Não era de admirar que ele não tenha encontrado esse perfume, então ela era a mulher daquela noite há cinco anos?!
– João, o que há de errado com você? – após recuperar a consciência, Ana percebeu que ele ainda estava olhando para a garrafa de perfume.
João escondeu suas emoções e voltou ao normal:
-Não é nada. Vou levar as roupas para ele.
Ele passou por ela, e ela sentiu que ele estava diferente, mas não sabia por quê.
João colocou as roupas no banheiro. A criança estava impaciente, perguntando:
– Tio, por que é você quem veio?
João ficou em silêncio e ficou olhando para o rosto da criança. Ele se lembrou de ter ouvido um professor dizer que ele se parecia com esta criança.
Inicialmente, ele suspeitava que Igor fosse filho de Bruno, então ele achava que o conhecia, mas agora
ele percebeu cada vez mais que a criança parecia com ele!
Igor se sentiu desconfortável com o olhar dele, um rubor cruzando seu rosto ao questionar intencionalmente:
– Tio, o que você está olhando?
João recuperou seus pensamentos, jogou a roupa para ele e ergueu as sobrancelhas:
– Pirralho.
Depois, ele virou e saiu.
Igor fez caretas para suas costas. Esse tio ainda o menosprezava?
João não ficou na casa de Ana por muito tempo, porque logo alguém ligou para ele.
Ele pediu a Ana que descansasse em casa por dois dias e se recuperasse do ferimento no pé antes de voltar ao trabalho. No fim, deu mais uma olhada na criança antes de sair.
João entrou no carro que estava esperando por ele do lado de fora do prédio e entregou a Eduardo um pequeno saco contendo duas mechas de cabelo. Ele disse com uma voz profunda:
– Faça um teste de paternidade para mim.