Capítulo 22
Depois que Ana se despediu de João, ela reparou na garrafa de perfume em cima da mesa. Por que ela sentiu que ele estava muito interessado nesse perfume?
Talvez fosse porque o perfume produzido por seu pai era muito especial, um tipo de fragrância que podia encantar as pessoas.
Ela estava perdida em seus pensamentos quando seu filho correu para o lado dela e abraçou o braço dela de repente:
– Mamãe, eu pareço muito com aquele tio?
Ana olhou para o garotinho e teve que admitir que ele realmente se parecia cada vez mais com João.
Será que ele era realmente o pai de seu filho?
Este pensamento passou pela cabeça dela, assustando-a.
Ela disse involuntariamente:
– Como pode ser? Você não se parece nada com ele.
Essas palavras foram nitidamente falsas.
Mamãe, você está mentindo! – o garotinho olhou para ela com os olhos arregalados.
– Eu não estou mentindo! – ela não se atreveu a olhar diretamente para a criança!
Igor Estrela olhou para ela sem piscar, com uma expressão séria:
-Toda vez que você mente, não consegue me encarar e pisca muito.
Ana imediatamente olhou para ele, esforçando-se para não piscar:
– Eu não fiz isso.
Ela mesma achou que sua declaração era muito falsa.
Mãe, você não pode me enganar. Você está mentindo, eu me pareço muito com o tio, certo? Será que ele é o meu pai? – ao ver a expectativa nos olhos do filho e lembrando do fato de ele ter sido zombado na escola por não ter pai, Ana ficou com o coração apertado.
Ela acariciou a cabeça dele e perguntou:
– Você quer encontrar seu pai, não é?
O garotinho assentiu:
– Sim, quero muito.
-Eu vou tentar encontrar seu pai o mais rápido possível.
– E aquele tio…
-Ele não é seu pai.
Mesmo sabendo que o garotinho ficaria desapontado, ela ainda teve que dizer isso.
Cinco anos atrás, foi Mariana quem a enganou, e recentemente ela viu a foto do homem no hospital, então aquele homem naquela noite não poderia ser João.
Igor ficou um pouco triste em seu coração. Ele pensou secretamente que se seu pai fosse aquele tio
arrogante, ele aceitaria, mas mamãe disse que ele não era.
Às seis da noite, um carro Mercedes entrou na grande mansão da família Silva.
Logo depois, João saiu do carro e foi recebido pelo mordomo:
– Sr. João, você chegou. O presidente está esperando você para jantar.
– Entendi. – respondeu João, caminhando com as pernas longas e esguias em direção à casa.
Na sala de estar, havia risos e vozes. Além da voz de sua cunhada Ana Luiza, havia outros convidados?
A figura alta e imponente de João apareceu na sala de estar e os risos pararam, todos os olhos se voltando para ele.
– Ah, João voltou. Ótimo, temos convidados hoje em casa. – disse Ana Luiza, puxando a mulher sentada ao lado dela e caminhando até ele para apresentá-la. – João, esta é a jovem senhorita Juliana, da família Silva. Ela acabou de voltar para o país e vocês se conheceram quando eram crianças, você se lembra?
João deu uma olhada indiferente em Juliana, que abaixou a cabeça com timidez, e de repente entendeu o que estava acontecendo.
Sua cunhada queria arranjar um casamento para ele.
Ele olhou para Silvio, que estava sentado no lugar principal, calmo e sereno. Parecia que ele também aprovava Juliana como nora?
João disse friamente:
– Não me lembro.
Com sua resposta, o clima ficou tenso e Juliana congelou com um sorriso no rosto.
Ana Luiza rapidamente mudou de assunto:
– Isso foi quando vocês eram crianças. É normal você não se lembrar dela depois de tanto tempo. Bem, deixe isso de lado por enquanto e vamos jantar.
Juliana ficou um pouco chateada e mordeu os lábios enquanto olhava para o homem bonito e indiferente. Em seguida, Ana Luiza a levou para a sala de jantar.
João franziu a testa e disse de repente:
– Vocês vão jantar primeiro. Ainda tenho algumas coisas para resolver na empresa, então vou lá rapidamente.
Ele se virou e saiu sem se importar com as expressões no rosto dos outros.