– Eu não ligo, afinal, mamãe disse que me trouxe de volta desta vez para encontrar o papai! – o pequeno ainda fez um bico com a boca.
Ao ver a expressão adorável no rosto gordinho dele, Carla não resistiu e beijou sua bochecha:
– O seu rostinho é tão gostoso de beijar.
Igor, por outro lado, ficou surpreso:
– Mamãe, ela me assediou!
Ana criava o filho sozinha e raramente tinha contato com outras pessoas, então Igor só confiava na mãe e resistia a outras pessoas.
– Eu te beijei porque gosto de você. – Carla riu.
Ana também riu e pegou o filho dos braços da boa amiga:
– Igor é tímido agora, mas ele vai se acostumar com você depois de alguns dias.
Carla ergueu uma sobrancelha:
– Bom, então eu te dou um dia para se acostumar comigo! – ela falou com um tom dominante.
Igor resmungou e abraçou a mãe de volta, com uma atitude um pouco teimosa.
As duas adultas riram ao ver a cena.
Carla levou mãe e filho de volta ao seu lar, um apartamento de dois quartos onde normalmente ela morava sozinha, era espaçoso o suficiente.
Agora, com a dupla de mãe e filho aqui, eles ficaram no outro quarto. Os três morariam juntos sem aperto.
– Eu sabia que vocês voltariam, então comprei muitos ingredientes. Hoje vou preparar uma grande refeição para vocês, como uma recepção! – Carla disse sorridente após ajudá-los a guardar as malas.
– Mamãe, estou com fome; – Igor disse com uma expressãozinha triste.
– Está bem, então você senta aqui e brinca, eu e sua madrinha vamos cozinhar. – Ana deixou o filho sentado no sofá da sala.
– Pode ir. – o pequeno imediatamente deu um beijo animado no rosto dela.
Carla finalmente entendeu. Na verdade, Igor era uma criança muito inteligente, mas como Ana disse, ele só brincava com pessoas conhecidas e não era caloroso com estranhos.
A personalidade da criança não era parecida com a da Ana, será que foi herdada do pai desconhecido?
Igor estava brincando com blocos na sala de estar, enquanto Ana e Carla estavam na cozinha preparando o jantar.
Carla olhou na direção da sala de estar, cutucou Ana com o cotovelo e sussurrou:
– Seu filho não se parece muito com você, acho que se parece com o pai dele. Pela aparência dele, dá para adivinhar que o pai dele também é um cara bonitão!
Ouvindo o que Carla disse, Ana se lembrou do homem bonito e distante que conheceu no aeroporto mais cedo.
Agora, ao recordar, aquele homem tinha um ar de nobreza natural e transmitia uma sensação gélida e distante.
– Ana? O que você está pensando? – Carla levantou a mão e agitou-a na frente dela.
Ana voltou abruptamente à realidade, seus olhos piscaram e ela perguntou:
– Nada, o que você disse antes?
– Eu disse que seu filho com certeza puxou o pai dele, o pai deve ser um cara bonito.
– Bobagem, ele claramente herdou de mim!
– Então você não quer que o pai dele seja bonito? Melhor ainda se ele for cem vezes mais bonito que o Bruno, assim você não sairá perdendo.
Carla se arrependeu de ter dito isso e olhou para Ana, que parecia um pouco murcha de repente.
– O que foi? Você ainda tem sentimentos pelo Bruno?
Ana balançou a cabeça:
– Não.
– Ótimo, ele é um idiota sem caráter! – Carla xingou e mudou imediatamente de assunto. – Tenho uma boa notícia para você, eu enviei seu currículo e amanhã você poderá se apresentar na nova empresa.
– Tão rápido? – Ana ficou surpresa.
– Bem, você agora é uma designer um pouco famosa, encontrar um emprego adequado é algo simples.
No dia seguinte, Ana se apresentou na nova empresa.
Há cinco anos, após deixar Sorania, ela foi para o País M, onde estudou e se especializou em design de interiores.
Ana entrou no Grupo Vanguarda e estava prestes a perguntar ao departamento de RH no saguão em qual andar o setor dela ficava quando, de repente, houve uma agitação.
Em questão de segundos, todos os funcionários se alinharam na entrada, criando uma atmosfera séria como se estivessem recebendo uma pessoa importante.
Os seguranças de terno preto empurraram as portas de vidro, e um homem alto e imponente entrou com uma aura poderosa. Seu rosto frio e afiado transmitia uma presença intimidadora que fazia os funcionários ao seu redor sentirem um ar de respeito.
Ana se virou e viu um homem sendo cercado como uma constelação. Por um instante, ficou surpresa, como ele poderia ser esse homem?