– Não precisa, mas os pais devem sempre ficar de olho direito em seus filhos.
– Exatamente, as roupas do Presidente João são todas feitas sob medida, você pode pagar? – disse seu assistente, Eduardo Fernandes. Foi ele quem brigou com Igor segundos atrás.
Ele encarava Ana de olhos escancarados. Nenhuma mulher jamais se aproximou do Presidente João. Ela era realmente ousada!
– Não é só uma calça? Eu posso pagar! – Igor, segurando a mão de sua mãe, não pôde deixar de falar. Ele fez isso porque não queria que sua mãe fosse maltratada pela bagunça que ele mesmo tinha feito.
O olhar de João pousou sobre o garotinho. Por que esse pirralho lhe parecia tão familiar?
Eduardo riu:
– Você pode pagar, pivete? Com o quê?
Igor tirou de sua pequena mochila amarela um cofrinho de porco e despejou todo o dinheiro de dentro, questionando:
– Olha, isso é suficiente?
Quando ele viu o dinheiro do cofrinho, João sorriu levemente, como se tivesse se lembrado de algo. Sua expressão não era mais tão fria quando disse:
– Guarde esse dinheirinho para si mesmo e seja mais cuidadoso quando caminhar.
– Você está me desprezando, titio? – Igor franzia a testa enquanto olhava para o homem alto.
Ana não queria mais discutir com ele. Já que eles não se importaram, era melhor ir embora.
Ela rapidamente pegou a mão do filho e se desculpou mais uma vez:
– Sinto muito por incomodá-los, com licença.
Em seguida, Ana se afastou com seu filho, passando pelo João enquanto andavam apressadamente.
João também estava prestes a sair, mas quando ela passou por ele, um aroma familiar de sua memória flutuou em suas narinas. Ele parou abruptamente, suas pupilas encolheram e olhou para trás, mas ela e seu filho já haviam desaparecido entre a multidão do aeroporto.
Eduardo olhou surpreso para o chefe e perguntou com cuidado:
– Presidente João, você quer que eles paguem?
João estreitou seus olhos de águia, como se estivesse procurando algo em sua mente. Por que aquela mulher tinha esse cheiro específico?
Cinco anos se passaram e ele já sentiu muitos aromas em diferentes mulheres, mas esse aroma específico ainda não foi encontrado.
– Investigue quem é aquela mulher. – ele ordenou friamente.
Eduardo ficou confuso, mas assentiu e respondeu:
– Sim, senhor.
Nunca houve uma mulher que pudesse despertar o interesse de Presidente João. Essa mulher já tinha até um filho, será que seu chefe gostava de mulheres casadas?
…
Ana saiu do aeroporto e pegou um táxi para a casa de sua amiga Carla.
Por alguma razão, o homem de antes a deixou um pouco perturbada. Quando saiu do aeroporto com seu filho, sentiu como se alguém estivesse a observando.
Chegando à casa de Carla, ela já estava os esperando na porta.
Assim que viu Ana sair do carro, Carla correu até ela e a abraçou:
– Ana, finalmente você voltou! Eu estava morrendo de saudades!
Ana quase não conseguia respirar com seu abraço apertado:
– Ok, ok, relaxe um pouco! Você está me apertando muito forte, não consigo respirar!
Carla a soltou, mas seus olhos estavam vermelhos:
– Vamos, deixe-me ver como está essa mulher que teve um filho! Uau, você ainda está em ótima forma, completamente capaz de encontrar um segundo amor! – Carla elogiou.
– Tia, o que é um segundo amor? – perguntou Igor, arrastando sua pequena mala ao lado da mãe e piscando seus inocentes olhos negros para Carla.
– Ah, então você é o pequeno Estrelinha! Por que você é tão fofo e bonito? Com certeza herdou de sua mãe! – Carla adorou o pequeno e o abraçou com força.
Igor se debateu, parecendo ter caído nas garras de um lobo, e agitou suas mãos em busca de ajuda de sua mãe:
– Mamãe, me salve…
Ana não sabia se ria ou se chorava:
– Ela é sua madrinha, não uma pessoa má.
– Isso mesmo, eu sou sua madrinha, Igor. Comporte-se bem e me chame de madrinha.
Igor apertou seus lábios e não quis chamá-la:
– Eu quero papai, não quero madrinha.