Capítulo 19
Ana não pôde se preocupar com a lesão em seu pé e foi imediatamente para a escola, pois recebeu uma ligação do professor de seu filho informando que ele havia brigado na escola.
Ao ver sua aflição e considerando sua dificuldade de locomoção, João a acompanhou até a escola.
Embora sua lesão no pé não fosse grave, ela não conseguia andar sozinha. Ao chegarem à escola, ela estava hesitante sobre como sair do carro.
O homem se aproximou com expressão séria e chegou até a porta do carro, estendendo a mão:
– Desça, vou ajudá-la a entrar.
Ela olhou para a mão grande, longa e limpa estendida em sua direção. Preocupada com seu filho, ela não hesitou mais e segurou sua mão.
João a apoiou até o escritório do professor. Assim que entraram, ela avistou seu filho, que estava ao lado de outro garoto.
O menino estava sujo e suas roupas estavam rasgadas. Havia marcas roxas ao redor de sua boca e um pouco de sangue em seu braço, indicando que ele havia brigado com o garoto ao lado.
Ana sentiu seu coração afundar. Ignorando a dor no pé, ela se aproximou rapidamente:
– Estrelinha?
Esse menino, ele começou nessa escola há apenas alguns dias e já estava brigando com os colegas?
Ao ver sua mãe chegar, Igor, que antes estava muito teimoso, agora tinha os olhos vermelhos. No entanto, ele apertou os lábios e não disse uma palavra.
Ana viu o colega ao lado dele com o rosto machucado e uma marca de sangue. Suas roupas também estavam rasgadas, parecia que ele estava mais gravemente ferido.
– Você é a Ana, mãe do Estrelinha, certo? – o professor sentado atrás da mesa começou a falar.
Ana respondeu rapidamente:
– Sim, professor, o que aconteceu? Como eles ficaram assim?
O professor olhou para ela e depois para o homem que a acompanhava. Ele sentiu que esse homem exalava uma aura de nobreza e imponência, então se recompôs e disse
Deixe-o falar por si mesmo.
Ana imediatamente olhou para o menino e perguntou:
– Diga à mamãe por que você brigou com ele.
– Ele merecia levar uma surra! – Igor estava um pouco ressentido, mas principalmente irritado, agindo como se não tivesse feito nada de errado.
Ana franziu a testa:
– Fale de forma apropriada.
-Ele… Ele usou palavras ofensivas, ele me insultou!
O franzir de testa de Ana se aprofundou ainda mais. Ela nunca tinha visto seu filho assim:
– O que ele disse para você?
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Os olhos de Igor ficaram ainda mais vermelhos. Lágrimas começaram a surgir, mas ele apertou os punhos com determinação, recusando-se a deixá-las cair:
– Ele me chamou de criança selvagem sem pai!
– Você é apenas uma criança selvagem sem pai! Todo mundo tem um pai, exceto você! estava em silêncio de repente gritou com raiva.
– o colega que
– Como você se atreve a repetir isso! – Igor apertou os punhos com raiva e se preparou para atacar novamente.
O outro garoto também não mostrou sinais de fraqueza e estava pronto para o confronto. Vendo que as duas crianças estavam prestes a brigar novamente, Ana rapidamente as separou.
Ela entendeu o que estava acontecendo e segurou firmemente seu filho, colocando-o atrás dela, enquanto enfrentava seu colega.
– Querido amigo, eu sou a mãe do Estrelinha. Qual é o seu nome?
O garoto olhou para ela, levantou o queixo e resmungou:
– Luis.
– Luis, você está correto em um ponto. Todo mundo tem um pai, então Estrelinha também tem um pai. Eu admito que Estrelinha não deveria ter reagido fisicamente, especialmente porque vocês são colegas de classe, mas por favor, evite dizer coisas que machucam os outros no futuro.
Ana não esperava que seu filho fosse ridicularizado por seus colegas por não ter um pai. Sua tristeza não era menor que a dele.
Luis não cedeu e não achou que estava errado:
– Ele tem um pai? Então, onde está o pai dele? Chame o pai dele aqui então! Não sou apenas eu, todo mundo sabe que ele não tem pai!
Igor ficou com o rosto vermelho de raiva e estava prestes a levantar o punho outra vez, mas Ana o
segurou.
Ela estava com dor de cabeça e não sabia como encontrar um pai para o filho agora.
– Eu sou o pai dele. – uma voz grave ressoou repentinamente.
Ana ficou surpresa ao ouvir a voz e virou-se mecanicamente para olhar João, que estava atrás deles. O que ele… Estava dizendo?
Igor também olhou incrédulo para ele.
João enfrentou o olhar surpreso deles e caminhou em direção a Luis, cujos olhos se arregalaram de
espanto:
-Eu sou o pai do Estrelinha. Embora ele tenha batido em você, eu acho que você deveria pedir desculpas
a ele.
João era alto e, ao se posicionar à frente de Luis, o deixou intimidado.
Ana demorou um pouco para recuperar a compostura, mas Igor reagiu com esperteza rapidamente. Ele segurou a mão de João e falou com confiança:
– Meu pai está aqui. Se você ousar dizer que eu não tenho pai, meu pai vai te dar uma lição!
Luis ficou atônito com a presença imponente de João. Ele não acreditava que ele era o pai de Igor Estrela, mas ao vê-los tão parecidos, não ousou dizer mais nada.
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Tudo aconteceu tão repentinamente que Ana ficou sem palavras quando recuperou a compostura, Ela nunca imaginaria que João mentiria para ajudar seu filho.
Nesse momento, o professor se aproximou e disse:
– Ah, então você é o pai do Estrelinha? Não é à toa que achei que vocês se pareciam muito. Vocês são quase como dois gêmeos.
Ouvindo isso, tanto o adulto quanto a criança não puderam deixar de se olhar com dúvida. Eles se pareciam muito?