Capítulo 17
Logo cedo, Ana se levantou e preparou o café da manhã. Após tomar café com seu filho e Carla, os três desceram juntos.
Como de costume, Carla dirigia o carro, levando Igor para a creche primeiro e depois Ana para o
trabalho, enquanto ela própria seguia para o seu emprego.
Ao chegarem em frente ao prédio do apartamento, Carla se preparava para ir buscar o carro.
Não muito longe dali, um carro preto luxuoso estava estacionado, imponente. A porta do carro se abriu de repente e Ana Luiza saiu.
– Ana Santos! – Ana Luiza chamou de forma fria.
Ana levantou a cabeça ao ouvir aquela voz. A presença de Ana Luiza ali tão cedo realmente a surpreendeu.
Ao perceber que ela se aproximava com uma atitude ameaçadora, ficou claro que não era algo bom.
Ana não queria que Ana Luiza visse seu filho, então pediu a Carla para levar a criança para o carro e esperar por ela lá, pois ela logo se juntaria a eles.
Carla estava um pouco preocupada:
– Não ligue para ela.
– Está tudo bem. Se ela veio até aqui, mesmo que eu possa evitá-la desta vez, talvez ela acabe
descobrindo onde trabalho na próxima vez. – Ana deu um tapinha no ombro de Carla, pedindo para que ela não se preocupasse.
Carla sabia que ela estava certa e suspirou:
– Então tome cuidado, se algo estiver errado, me chame imediatamente.
– Está bem – Ana respondeu e então acariciou a cabeça de seu filho: – Vá com a madrinha esperar no
carro.
Igor franziu a testa:
– Mamãe, seja rápida. Eu sinto que aquela mulher que veio te procurar não é uma boa pessoa.
– Sim, vá. – depois de ver Carla levar o pequeno embora, Ana caminhou em direção a Ana Luiza.
– Tia, o que você quer comigo? – Ana ficou em sua frente e, assim que disse essas palavras, Ana Luiza deu uma bofetada em seu rosto inesperadamente!
Ana sentiu o rosto arder, seus ouvidos zumbiam com o golpe.
Ana Luiza prosseguiu com palavras irritadas:
Ana, como você pode ser tão sem vergonha? Quem te deu coragem para voltar? Saia de Sorania imediatamente, senão você vai se arrepender!
Ana ficou um pouco atordoada com o tapa, e havia passos se aproximando por trás. Em seguida, uma pequena figura apareceu em sua frente.
Igor empurrou Ana Luiza e disse com raiva:
– Mulher má! Como você se atreve a bater na minha mamãe?
Ele abriu os braços e se colocou na frente da mãe. Mesmo sendo uma criança, exibia a determinação de
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um homem.
Carla também chegou e elogiou Igor, depois encarou Ana Luiza com raiva e repreendeu:
Sua mulher velha, agredindo alguém em plena luz do dia? Acredite, vou chamar a polícia agora mesmo e você acabará na prisão!
Ana Luiza não havia prestado atenção antes, e o empurrão de Igor foi tão forte que ela perdeu o equilíbrio, tropeçando e batendo com as costas no carro. Ela se segurou no veículo para não cair ao chão e evitou um constrangimento ainda maior.
Depois de se firmar, Ana Luiza olhou fixamente para eles, com o rosto pálido. Quando viu o menininho, ficou momentaneamente surpresa. Por que esse menino… Lhe parecia tão familiar?
Por que ela sentia que a aparência desse menino se assemelhava à de Bruno Duarte quando ele era criança?
Ele chamava Ana de mamãe, então que significava que aquele era o filho de Ana?!
Ana Luiza, cheia de raiva e confusão, perguntou incrédula:
– Esse… É o seu filho? – ela olhou fixamente para Ana, Incapaz de acreditar no que via.
Desde o início, Ana não queria que Ana Luiza visse o garotinho. Ela não queria complicar ainda mais a situação, mas as coisas saíram do controle.
-Mulher má, você bateu na minha mamãe! Vou chamar a polícia e te prender! – Igor nunca permitiria que
alguém machucasse sua mamãe.
Ana puxou seu filho para trás, não querendo que Ana Luiza continuasse encarando-o. Ela falou friamente:
– Tia Ana Luiza, se você veio aqui hoje para me mandar embora, então eu aconselho você a não desperdiçar sua saliva. Ficar ou partir é minha escolha e você não tem o direito de interferir.
Inicialmente, Ana Luiza veio para expulsá-la, mas ao ver Igor, seus pensamentos foram interrompidos.
Ela estava pensando: esse garoto seria filho do Bruno?
Se ele for da família Bruno, ela não irá deixá-lo continuar ao lado da Ana!
Ela precisava descobrir a origem desse garoto!
– Está bem, você pode ficar, mas se você tentar arruinar o casamento do Bruno, eu não vou te perdoar! – Ana Luiza advertiu e então continuou. – Além disso, não pense que você pode se aproximar do João, ele não é o tipo de homem do qual uma mulher vulgar como você pode se aproximar!
– Mulher velha, saia logo daqui, você não é bem-vinda! – Carla não conseguiu conter sua raiva.
Ana Luiza lançou um olhar frio para ela, mas não disse mais nada. Por fim, deu uma última olhada em
Igor, entrou no carro e partiu.
Ana franziu a testa inconscientemente. Por que ela sentia que Ana Luiza ficou estranha ao ver seu filho? Caso contrário, como ela poderia desistir tão facilmente?
– Mamãe, seu rosto está inchado, deve estar doendo muito, não é? – Igor olhou para ela com grande preocupação.
Ana voltou a si:
– Não é nada, não dói muito. – em seguida, elogiou. – Eu não esperava que meu filho já fosse um pequeno herói, começando a proteger a mamãe.
Mamãe, se alguém ousar te intimidar novamente, me avise, eu com certeza vou te defender!
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Vendo o jeito dele, Ana sentiu vontade de rir, mas uma onda de calor passou por seu coração:
– Está bem, a partir de agora, eu vou depender de você para me proteger.
– Guardem essas palavras melosas para dizerem na cama, está bem? – Carla revirou os olhos.
Os três não puderam deixar de sorrir um para o outro.
Em seguida, Ana comprou uma pomada em uma farmácia à beira da estrada e a aplicou antes de ir para a empresa. A aparição de Ana Luiza ainda a deixou um pouco inquieta, especialmente o olhar dela para seu filho, que deixou seu coração apreensivo.