Reencontrando os pals.
Schimidth Company, 08:00 AM…
Passei pelas enormes portas automáticas, recebendo o olhar de todos
por
lá.
As meninas da recepção se curvaram brevemente ao me ver e aquilo foi estranho, confesso. Encostei mu crachá no leitor digital das catracas e ao passar pelos seguranças, ambos tomaram a mesma atitude.
Senhora Schimidth, bom dia! – Falaram os três homens uniformizados de preto, colocando as mãos unidas na frente do peito e abaixando a cabeça.
– O que é isso? – Perguntei confusa, os olhando. Como vi que não me responderam de volta, continuei até o corredor dos elevadores.
Caminhei até lá, vendo alguns funcionários, que ao me ver, logo se calaram de repente. Me senti incomodada e os cumprimentei educadamente.
Bom dia! – Falei vendo todos se reverenciarem e responder de forma estranha, digamos um pouco formal de mais para mim.
Quando apertei o botão, todos passaram para o elevador ao lado e assim que o meu chegou, fui puxada, sendo impedida de entrar.
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Senhora Schimidth? – Falou Cirus, estendendo a mão para o elevador “Executivo“. – A partir de hoje, utilize apenas esse.
-O que está acontecendo? Por que parece que todo mundo já sabe? – Perguntei em um cochicho, o vendo encarar a porta do elevador ao invés de me olhar diretamente.
– Acostume–se Senhora. A partir de hoje, será respeitada como a esposa de Arson! -Disse ele
com um tom sério.
As portas metálicas então se abriram e entrei, sendo acompanhada por Cirus. Ele mesmo se adiantou a apertar o botão do último andar, deixando em seguida, um tremendo silêncio reinar pelo lugar.
Assim que as portas foram abertas e ameacei sair, havia uma mulher parada em frente, com um semblante atordoado. Ela segurava algumas pastas nas mãos e suas pernas tremiam feito gelatinas.
– Senhora Schimidth, há alguém esperando pela senhora. – Falou ela com uma voz instável.
Cirus a olhou e achando o comportamento da garota um tanto estranho, foi na frente, abrindo a porta da sala.
— Sabe que esse andar é inacessível, quem os deixou entrar? – Perguntou Cirus irritado, olhando para a garota.
– Me desculpe senhor Tompson, não tive como pará–los.
Vi como estava o clima, então, me apressei para ir até à sala de Arson, saber o que estava acontecendo.
Mãe?-Perguntel assustada, vendo ela e meu pai parado logo atrás dela.
Ful andando até minha mãe a vendo vir ao meu encontro e quando movi os lábios para falar com ela, senti um tapa arder na pele do meu rosto.
–
– Como ousa? – Perguntou ela com a voz instável. Era uma mistura de choro com raiva.
Toquei o lugar que queimava, virando meu rosto para não a encarar. De repente, vários t***s começaram a me ser dados, em todas as partes.
– Como ousa Lavine? Acreditei que não fosse mais te ver viva! – Disse ela, sendo segurada por Cirus. Tentei me proteger com os braços, levando o olhar até o meu pai, que estava tranquilo e com um riso no canto dos lábios.
Ele parecia satisfeito!
Me virei para ela para a encarar e então, a vi me olhando de volta com fúria e tristeza simultaneamente. Minha mãe se rendeu e começou a chorar, ainda sendo segurada por Cirus.
Por que, Lavine? – Perguntou ela entre soluços.
– Por quê? Porque me deixou acreditar que eu tinha uma familia que me amava, quando tudo era mentira. Porque aceitou migalhas de um homem casado, em troca de uma felicidade que nunca existiu! Também por que você nunca se importou com isso, o que quer dizer que foi conivente as atitudes dele. E por último, porque deixou que ele me vendesse em troca de mais poder. – Falei tudo o que estava travado na minha garganta e que eu deveria ter dito bem antes.
– LAVINE! – Gritou Estevan Flins, meu progenitor. A voz dele só não soou mais alto do que o trovão enfurecido da voz de Arson, que estrondou da porta de sua sala.
– CALEM–SE! – Gritou ele, causando medo em todos, menos em mim que já o conhecia bem.
Me virei para o olhar, tendo os olhos frios de Arson sobre mim e Cirus. Ele se aproximou e viu a marca na minha face, olhando enfurecido para seu melhor amigo em seguida.
–
Como pode deixar chegar a esse ponto? -Perguntou Arson com ira na voz.
Como posso conter uma mãe, Arson? -Perguntou Cirus, com desespero na voz.
– Saia! -Disse Arson de forma autoritária, olhando para Estevan em seguida. -Se eu soubesse que teria a honra da sua visita, meu sogro, teria o convidado para um jantar em casa, não é mesmo, querida?
– Claro! -Respondi com um sorriso montado, mesmo sabendo que Arson não estava de bom humor. Ele me olhou de soslaio e caminhou até a mesa, se sentando em sua cadeira em seguida. Aquele lugar o dava ainda mais poder do que Arson já tinha.
Era como mágica aos meus olhos.
–Me desculpa já ter entrado dessa forma, senhor Schimidth, mas era um pouco pessoal e urgente o assunto. -Disse minha mãe, com um olhar baixo.
Arson a olhou e vincou as sobrancelhas, notando algo estranho acontecendo.
– Desculpa pela minha esposa, ela passou por um período difícil por esse ano e após pensar que
a filha estavesse morta, ela simplesmente adoeceu. – Disse Estevan com um sorriso, porém,
disfarçado.
Era bem o jeito dele.
-Ah, então estou diante da senhora Flins? – Perguntou Arson de forma irônica, se levantando para segurar as mãos da minha mãe. – É um prazer conhecê–la.
– Bem, é que… – Falou minha mãe com a voz instável.
– Ah, sim! Ela é a senhora Flins. Disse Estevan, com a voz trémula, mentindo.
Não, ela é Stuart! Respondi dando um passo até minha mãe a abraçando em seguida. Arson me olhou e sorriu ladino; ele já sabia de tudo.
–
Querida, por que não vai até a cafeteria com a sua mãe e conversem um pouco? Eu e esse cavalheiro, também temos assuntos pendentes. – Disse Arson sem humor, vindo até mim e me dando um beijo na testa.
Arson se virou para Estevan, ficando de costas para mim e de modo disfarçado, segurou minhal mão, tentando me passar confiança..
– Mãe, aqui servem uma deliciosa torta de milho. Que tal provarmos? – Falei sorrindo para ela, vendo–a levar os olhos até Estevan como se pedisse permissão.
Ela viu que o homem estava tão intimidado quanto a intimidava e por isso, ela piscou algumas vezes atordoada e agarrou a alça da bolsa, saindo da sala em seguida.
Encontrarei vocês! -Disse Arson, finalmente me olhando mais brando e tocando meu queixo.
Assenti e fiz o mesmo caminho que minha mãe até a saída, ouvindo Arson falar de forma áspera em seguida, antes que eu fechasse a porta.
– Agora vamos ao que interessa!